quarta-feira, 27 de julho de 2011

Preparativos, viagem, homestay e colegas de casa.

  Viagem

  Nessa parte da viagem, eu resolvi contar tudo com mais detalhes, pra caso alguém faça alguma viagem para o exterior, não seja pego sem um conhecimento prévio do sistema, e não se assuste quando algo der quase errado.. Então o texto vai ficar um pouco longo e algumas passagens podem ser um pouco desinteressantes. ;)

  Começando pela sexta-feira, meu ultimo dia de Brasil, fui comer um delicioso Salmão ao molho de manga que minha tia Denise preparou pra mim (muito obrigado, tia ^^) e logo após fui a São Firmino com minha prima Natália, onde encontrei Teti, Chocolate, Arthur, Patrícia, Lorenza, Rai, João Vitor, Cagão, Palmitinho, Luana, Lorena, Bola e se eu esqueci de mais alguém, me perdôe, por que as coisas estavam um pouco embaçadas aquele dia.. HAuhahu.. Foi uma noite agradável, de muitos gastos, mas compensados com muita bebedeira e diversão. Valeu a pena, digna da véspera da viagem.
  Em compensação, no outro dia acordei com uma boa ressaca. Fui a uma churrascaria a rodízio, por que vai ser difícil eu comer carne de verdade por aqui, e matei minha vontade com alguns kilos de carne.
  Daí para o aeroporto, onde uma parte da minha rede social compareceu para um ultimo vislumbre, alguns chegaram cedo demais, outros quando eu já estava na sala de embarque, mas enfim.. Isso serve de exemplo pra algumas pessoas CHEGAREM NO HORÁRIO COMBINADO quando forem fazer alguma coisa. Começa assim a minha real jornada Forever Alone...

  Do aeroporto de Vitória até o Santos Dumont foi sussa.. Não teve nada demais, não atrasou, serviram um sandubinha maneiro até, mas foi isso. Detalhe pra esse vôo é na hora do pouso. O avião vem pela baía de Guanabara para a pista, e ele desce bastante logo que passa pela Rio-Niterói, dá um rasante tenso, parece que vai pousar na água mesmo. Bem divertido.
  Do Santos Dumont, tive que pegar um ônibus do lado de fora do aeroporto até o Galeão. Ai eu quase me fudi, por quê na placa do ponto de ônibus tava escrito “Santos Dumont/Galeão X ‘nome de algum lugar que não lembro’”. Eu pensei que só tinha um destino, e o ônibus passava ali, no Galeão e no outro lugar.. Cheguei a entrar no ônibus errado, mas ainda bem que ouvi uma mulher falando alguma coisa do aeroporto Internacional e desci a tempo. 30 minutos de ônibus.
  Chegando no Galeão, descobri que existiam três Terminais diferentes que eu poderia descer. Por sorte já havia viajado de TAM pra lá (obrigado, KISS) e lembrava mais ou menos onde eu tinha que ir. Feito o check-in, eu ainda tinha umas 4h pra esperar. Meu vôo pra Londres saia 00h35. Nada melhor do que esperar comendo. Fui na praça de alimentação, pedi uma lasanha no Spolleto e fui ver o jogo da Argentina.. De repente, parecia que todas as pessoas do aeroporto tavam lá assistindo o jogo.. Tinha MUITA gente em pé, e gritavam como se estivessem em um boteco.. Nos pênaltis então! Fiquei com medo do Uruguai perder.. Da comida, fui pro saguão de embarque.
  É engraçado algumas coisas que a gente vê por ai.. No saguão haviam duas Duty Free, uma só com produtos brasileiros, tipo souvenir, e uma outra geral. Nesse dia eu descobri que Duty Free é uma farça! Pois bem.. Primeiro que os produtos brasileiros eram bem mais caros do que se fossem comprados em uma outra loja dentro do Brasil. Já os produtos gerais da outra loja, tudo bem, eram mais baratos.. Mas chegando em Londres, os MESMOS PRODUTOS eram extremamente mais baratos. Eu não entendo como uma coisa livre de impostos pode ter um preço tão variado.. Só se foi pago um assento pra cada item pra vir de avião, por que só de transporte seria um absurdo maior que as taxas.
  Esperei umas boas duas horas lá e tive que comprar uma parada massa.. Um bombom da Kinder “Schoko-Bons”. Valeu a pena o preço pago em dólar.

  Tava quase dormindo sentado quando ouço a chamada pro meu vôo. Fui pra fila, e todo mundo tava entrando tranquilamente... SÓ na minha vez, além de ver meu passaporte o cara começou a me fazer um monte de perguntas.. Ai perguntou se eu tinha a passagem de volta comprada e pra quando. Quando eu disse que era pro dia 22/03/12 ele começou a me fazer mais perguntas ainda, e pediu pra eu mostrar todos os documentos do mundo.. Como se já não fossem fazer isso em Londres e em Dublin. Mas tudo OK com minha documentação, desci no gate 39.
  Diferente do Aeroporto de Vitória, tive que pegar um ônibus lá em baixo até o avião.. Em Vitória todo mundo vai pra mesma sala de embarque, sai pela mesma porta e só tem um avião esperando. E ainda queriam fazer dele internacional.. UAHhau

  O avião internacional é muito melhor que os vôos domésticos. Ele tem três corredores de cadeiras, um em cada janela com 3 lugares cada e um no meio com 4 lugares. Fiquei em um lugar do meio com duas cadeiras vagas do meu lado. Tranquilo pra dormir. Atrás de cada poltrona havia um monitor de umas 10” que eu podia escolher ver algum filme, ouvir musica, jogar algum jogo ruim ou acompanhar as informações do avião, a rota e o caminho já percorrido. Resolvi assistir filme, então vi Rango e Just Go With It. Do Rio até Londres deu mais ou menos 9600km feitos em aproximadamente 12h.. Na verdade foi um pouco menos que isso, por que quando a gente chegou em Londres, o avião ficou dando voltas e voltas, acho que esperando a autorização para o pouso, que deve ter dado uns 100km a mais.
  O aeroporto de Londres, Heathrow, é gigantesco. Acho que andei 30 minutos do desembarque até o Check-in da British Midland International. Era engraçado que a gente não via ninguém aparentemente Inglês trabalhando por lá.. O primeiro cara que pedi informação, usava um turbante. O agente de imigração era escocês. Bem simpático o agente, me perguntou algumas coisas, me pediu a carta da escola e me deu um visto de 6 meses pra Inglaterra. Ou Grã Bretanha, nem sei. A próxima pessoa que me parou, que até agora não sei a função dela, era indiana. A atendente da BMI eu não tenho noção do que era, mas não era inglesa também. Não entendi uma palavra que ela falou. Só dei a passagem, perguntei umas 3 vezes o que ela tinha falado, ai ela desistiu de mim e começou a perguntar a um outro cara lá dentro, depois me liberou.
  Com tudo resolvido, tinha umas 2h de espera ainda, fui ligar pra casa. Quando eu cheguei na frente do telefone, descobri que eu não sabia ligar pro Brasil. Sabia que, do Brasil pra outro lugar, eu tinha que ligar 00xxCodpaísCodregiãoNumero. Mas será que de lá pro Brasil era a mesma coisa? Eu tinha que ligar a operadora? Era a mesma operadora ou tinha que ser outro número? E outra, eu não tinha um penny pra colocar no telefone, e os FDPs até aceitam euro, mas fazem uma conversão de 1,27 euros por libra. Mas ai olhando bem pro telefone, vi a bandeira de alguns cartões de crédito, ai tentei a sorte e meti meu Master no telefone. Não é que funcionou? É tão simples que você não precisa nem digitar nada. Nem senha, nem validade, nem código de segurança.. Enfia o cartão, tira ele e disca. E pra minha primeira tentativa, felizmente botei o mais óbvio que seria o 005527... e deu certo. ;)
  Pra passar o tempo, fui olhando as lojas que tinham dentro do aeroporto.. Primeiro fui em uma de eletrônicos comprar um adaptador, por que a tomada daqui é muito esquisita. Ai realmente não tinha como, então paguei em Euro.. Paguei com uma nota de 20 pra ele me dar o troco em libra, pra eu ter com o que gastar. Comprei dois Doritos e uma Cherry Coke de 500mL por 3 libras, e esse foi meu almoço (tirando o “café da manhã” que eles deram no avião, que já era quase 13h, horário local).
  Depois eu fui numa livraria ali que tava com um monte de livros com 50% de desconto. Procurei o Game of Thrones, só pra ver o preço mesmo que tava ali. Quando eu achei, vi que tava somente 4,50 libras com o desconto. Aproveitei o resto do meu troco pra comprar, e fiquei lendo até a hora do meu voo, que atrasou 1h. Esse vôo foi tão fodido que nem água eles davam, tudo era vendido, e caro ainda. Dormi o quanto consegui até chegar na Irlanda.
  Já no aeroporto de Dublin, peguei minha mala e fui tentar telefonar denovo, com o mesmo esquema do cartão.. Mas não funcionava de jeito nenhum. Eu tentava ligar ai caia na telefonista, eu passava os dados do cartão e nada.. Desisti.
Saindo da sala de desembarque, tinham duas passagens. Uma pro povo da EU, e a outra pro resto do mundo. Eu parei na frente da saída do resto do mundo e fiquei olhando.. Mas não tinha ninguém lá e lá na frente tinha um portão fechado. E também era estranho, por que as duas passagens davam pro mesmo lugar. Eu fiquei olhando e pensando que talvez fosse pra quando chegasse vários voos de vez, o povo da EU não precisaria enfrentar fila.. Então depois de uns 5 minutos olhando, resolvi acompanhar as pessoas que tavam indo pela outra passagem.. Acho que por que eu fiquei muito tempo ali olhando, receoso, desconfiaram de mim. Na saída, um funcionário do aeroporto me parou, perguntou de onde eu era e se eu podia passar a mala no Raio X. “De novo?” eu perguntei, e ele só confirmou com a cabeça. Tudo bem.. Peguei minhas malas e passei pelo X Ray novamente, inclusive minha mochila. A primeira mala, que tinha meus bombons e a cachaça passou sem problema, minha mochila que tinha meu notebook também, mas a mala maior, que eram as roupas, fios de carregador e tudo mais, eles pararam e ficaram olhando... Olharam, conversaram alguma coisa.. Ai me perguntaram o que tinha nela. Eu disse que tinha roupas, carregador de celular e não conseguia lembrar de mais nada. Ele perguntou se eu tava carregando comiga, e eu burramente lembrei da cachaça e dos bombons, e pensei que tava nessa mala. Falei com o cara que tinha chocolate na mala, nem falei nada da cachaça.. Ele olhou mais um pouco, riu, liberou minha bagagem e falou “O Brasil tem bons chocolates, né?”. Pra que diabos esse FDP me parou pra passar no raio x DE NOVO, sendo que eu já tinha passado por uns 4 até ali?! Aposto que queria roubar minha comida.. Mas tudo bem, segui meu caminho.
  Do lado de fora, vi uma lojinha e fui tentar comprar um cartão telefonico. O foda é que a porra do vendedor não entendia o que eu queria, mesmo eu falando “Quero um cartão pra poder falar no telefone público!”, ele não entendia o que era.. Ai, por sorte, a mulher que tava limpando a loja era brasileira.. Não sei como ela sabia que eu era brasileiro também, mas me perguntou: “Você quer cartão telefônico? Pro orelhão?” “É.. Mais ou menos isso.”, ela foi e pediu um Global Card, ou alguma coisa assim.
  Com o cartão eu realmente fui muito burro. Nesse cartão vem tipo um código nele, só que você tem que raspar em uma tarja preta pequena que tem nele pra ver o código, igual raspadinha mesmo. Você disca pra um número gratuito que tem no verso do cartão, digita o código da raspadinha e depois o numero do telefone. Eu peguei a porra do cartão, nem li nem nada e fui enfiando no socket do telefone.. E não funcionava de jeito nenhum, a maquina falava que eu enfiei o cartão errado, e eu virava ele de todos os jeitos.. Já tava puto.. Quando eu tava voltando na loja pra trocar o cartão que não tava funcionando, ai eu comecei a ler.. Fiquei rindo sozinho igual um idiota no meio do aeroporto quando percebi minha burrice.
  Fiz minha ligação (muito interessado no cartão, por sinal, que por 10 euros eu podia falar 35 minutos com o Brasil  isso foi meu primeiro pensamento, até comprar o celular, que será comentado em outro post) e depois fui pegar o taxi. Eu entreguei o endereço da casa pro taxista, e ele ficou olhando uns 5 minutos. Tava tudo certinho, numero da casa, nome da rua, bairro, distrito, tudo.. Não sei muito bem se ele tava vendo no mapa dentro do carro.. Mas pelo menos pra primeira longa conversa que eu tive na Irlanda, foi bom.. Perguntei algumas coisas sobre o lugar, obviamente ele me perguntou se eu jogava futebol, o que foi sabiamente mentido com um belo “Of course! I’m Brazilian, man!”, o que o deixou bastante contente por algum motivo, e ele continuou me perguntando sobre futebol.. Infelizmente isso desencadeou uma rede de mentiras, por que eu não sabia nada sobre o que ele tava falando.. uhHUA
  Eu já havia visto o caminho pra casa pelo Google Earth, sabia que passava por duas rotatórias, mas chegando lá, me dei conta que poderiam haver outras rotatórias que eu não tinha visto, então deixei por conta do taxista.. Passamos por uma rotatória. Depois de algum tempo, vejo o cara ligar a seta, encostar o carro e pegar alguma coisa em baixo do banco dele. Estávamos “perdidos”. Ele pegou o mapa e ficou algum tempo procurando o lugar. Eu tive que apontar onde era a rua, e ele ficou mais um tempo pra decorar o caminho que ele tinha que seguir até lá. Tirando esse contra tempo, cheguei completamente a salvo ao meu destino e estava prestes a iniciar minha jornada na Irlanda...


  Homestay

  Quando eu cheguei na porta da casa, não sei se estavam apenas conversando com os vizinhos ou me esperando, os donos da casa estavam do lado de fora (eram aproximadamente 23h).
  Joan e Eddie são um casal de velhos (ela tem 60, ele não tenho certeza da idade, talvez um pouco mais velho) bem simpáticos. Quando eu cheguei, a única coisa que eu sabia sobre eles era isso:

“Joan and her husband Eddie have three children that visit them quite often. The Lyons family live in Templeogue a pretty residential area of the city about 30 minutes from the city centre by bus. Their family hobbies are walking and reading.”

  Essa é a descrição deles que a escolar me enviou. Imaginei um tédio total, velhos chatos, tudo de ruim. Porém já começou com o velho arrancando a mala mais pesada da minha mão pra levar pra dentro.. AHUhau.. Ele não tava aguentando direito, e a roda da mala tava fodida, então ele teve que se esforçar um pouco. Eu até ia falar com ele que não tinha problema, que eu não me importava em carregar, mas a única coisa que me vinha na cabeça era “I don't care”, e eu não tinha certeza se eu seria muito grosso usando essa expressão, então deixei quieto. uAhuA
  Por falar nisso, assim é o melhor jeito que a gente aprende aqui.. Pelo menos é que mais ta me ensinando.. Sempre quando eu to conversando com alguém e não sei alguma coisa coisa, eu tento dar uma explicada no que eu to querendo dizer. Geralmente a gente se entende assim, ou a pessoa me ajuda com as palavras, o que já é um aprendizado também.. mas eu sempre anoto o que eu queria exatamente falar e pesquiso depois como é.. É bom pra gravar, por que eu penso tanto nisso no dia, que depois quando eu vejo o modo correto de falar eu assimilo muito fácil. E nas aulas é bom pra aprender a gramática, uma combinação ótima! \o/   Mas voltando a casa...

  Como já eram 23h, não era hora de jantar (aqui eles jantam 18h em ponto), mas eles tinham preparado a mesa com várias coisas pra eu comer. Um “café da manhã” completo. Enquanto eu comia, Joan conversava comigo, primeiro me perguntando da viagem, do que eu fazia, coisas sobre mim, depois falou das “regras” da casa. Bom, eu esperava algumas limitações, mas quando eu ouvi “Não temos regras aqui quando a horária de chegar, horário pra comer, nem nada..”, me entregou a chave da casa, disse que eu podia chegar a hora que quiser, mas somente avisar ela caso eu não fosse jantar em casa, por que ai ela guardava minha comida e eu podia esquentar depois a hora que eu chegasse pra comer. Disse também que, quando eu precisasse, lavaria minhas roupas! As únicas regras que eu tenho aqui são as do meu próprio bom senso.. Tenho uma ótima liberdade aqui, e se não fosse tão caro eu até ficava aqui por mais tempo até pela metade do preço ainda estaria caro, auHAhua.
  Como Joan e Eddie vivem sozinhos aqui e têm três filhos, há quartos vagos pela casa, que eles usam pra hospedar intercambistas. São três livres no andar de cima e mais um quarto no andar de baixo, podendo acomodar quatro estudantes de vez. Quando eu cheguei, já haviam duas meninas hospedadas aqui, Martina, a suíça; e Emeline, a francesa.
  Martina é mais sociável, mais extrovertida, me ajuda bastante a treinar meu inglês. Já Emeline não me da muita bola, as vezes nem me cumprimenta.. UAhua.. Fala comigo quando eu falo com ela ou quando eu entro na conversa dela com Martina. Acho que não gosta muito de mim. :X

  Bom.. Esse foi meu primeiro dia.. Aliás, meu primeiro e segundo dia desde que saí do Brasil.. Amanhã eu conto minha primeira impressão de Dublin e alguns contra tempos que aconteceram comigo aqui durante a semana, par variar.. UahhuA
  Espero que não tenha ficado muito cansativo.. =*

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Blog e breve descrição histórica.

É, galerinha.. Enfim, estão livres de mim. ;)
Mas isso não vem ao caso..


Blog

  Pois bem.. Criei esse blog há algum tempo justamente pra contar quem possa interessar ou não sobre os variados acontecimentos de um mundo diferente daquele vivido no Brasil. Não focando realmente os acontecimentos no local, mas particularmente em minhas peripécias em um país estranho, sem um conhecimento significativo da língua nativa, sozinho e sem muita informação pra me virar, em busca de aprendizado, emprego pra me sustentar durante o ano e diversão.

  Não sei se o Blogger é o melhor pra isso, não sei mudar o fundo, o tema ou a posição dos itens... Mas como achei bonitinho, e é da Google, resolvi deixar aqui mesmo junto com minhas outras vantagens dessa magnífica empresa. ;)

  Então, começando com o que interessa:


  Uma breve não tão breve assim descrição histórica de como eu vim parar em Dublin, Irlanda..

  Tudo começou em 2010/1, quando um grande número de conhecidos e amigos vieram com essa história de Work Experience. Talvez pelo fato de que 2008-2009 estavam afetados pela crise, e todo mundo resolveu aproveitar a ascensão econômica pós-crise de 2010 pra viajar, quem sabe arrumar até um emprego melhorzinho devido a volta das contratações.. De inicio a ideia era boa! “Nossa, vou passar uns 3 meses nos EUA!”. OK. Mesmo sabendo que eu estaria indo pra ralar em subempregos, SE eu conseguisse algum, a ideia realmente parecia boa.
  Então resolvi ir. Falei com meus pais, vi preços dos programas e tudo mais, falei com os outros que eu iria... Até que fui desanimando. Todo mundo acertando os pagamentos, fazendo planos e eu deixando pra lá. Por fim, desisti.

  A partir desse ponto eu comecei a perceber que eu tava desanimando pra tudo, e foi aumentando mais pro fim do ano e aproximação das férias.. Eu tava desanimado com a faculdade, desanimado pra voltar pra casa, desanimado em São Mateus, desanimado com os estudos (não sou de estudar, mas pelo menos eu sempre dou uma lida e resumida no que preciso.. nessa época eu nem olhava nada), desanimado pra sair (até saia, mas não era a mesma coisa).. ou seja, eu não estava muito feliz. Não estava em depressão, mas também não estava feliz, e continuei assim por algum tempo.
  Pensando no que eu poderia fazer pra sair do buraco, aproveitei a ideia do WE e pensei “Por que não expandir esse tempo, jogar tudo pro ar e refrescar um pouco a mente, afastar o que me incomoda por um tempo e voltar mais tranquilo? Ainda aproveito aprendendo um inglês que preste e conheço um novo lugar no mundo. \o/”.

  Daí fui procurando destinos que me ofereciam a opção de estudar e trabalhar por 6 meses ou mais. Descartei somente 6 meses pela falta de oferta de disciplinas na faculdade todos os semestres, então fiquei entre a Irlanda e o Canadá. O Canadá parecia bom, um clima bem definido, se eu ficasse em Toronto, estaria a um passo de Quebec, então poderia conhecer o lado inglês e francês do país. Porém a Irlanda me ofereceu mais vantagens, primeiramente pelo preço, mas principalmente por ser na Europa e ser membro da EU. Poderia fazer tudo que eu queria e ainda ter um Eurotrip a minha disposição. Então falei com meu bom amigo e agente de turismo (UHahuah) Altemar, ou Junior, como ele prefere, peguei as informações necessárias, fechei meu programa. Minha vida passou por algumas reviravoltas entre o inicio do ano até hoje, mas isso não é assunto pro blog, contarei o que vem a partir de agora. Cá estou em Dublin.